Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10406 1
TEORIAS E CONCEPÇÕES CURRICULARES: REFLEXÕES PARA A
CONSTRUÇÃO DE CURRÍCULO
TEORÍAS Y CONCEPCIONES CURRICULARES: REFLEXIONES PARA LA
CONSTRUCCIÓN DE CURRÍCULO
CURRICULAR THEORIES AND CONCEPTIONS: REFLECTIONS FOR
CURRICULUM CONSTRUCTION
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA1
e-mail: con[email protected]
Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA2
e-mail: miriamp[email protected]m
Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS3
e-mail: silvia.qu[email protected].br
Helena Brandão VIANA4
Como referenciar este artigo:
BAPTISTA, E. A. L.; SILVA, M. C. Z. R.; QUADROS, S. C. O.;
VIANA, H. B. Teorias e concepções curriculares: Reflexões para a
construção de currículo. Nuances: Estudos sobre Educação,
Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2025. e-ISSN: 2236-
0441. DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10406
| Submetido em: 20/01/2024
| Revisões requeridas em: 23/02/2024
| Aprovado em: 16/03/2024
| Publicado em: 22/04/2024
Editores:
Profa. Dra. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC), São João da Boa Vista SP Brasil. Pedagogo, especialista em
pedagogia empresarial, gestão escolar e gestão empreendedorismo e marketing. Graduado em gestão comercial e mestrando
em educação. Coordenador Educacional do Senac São João da Boa Vista.
2
Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC), São João da Boa Vista SP Brasil. Docente da área de Gestão
e Negócios de cursos profissionalizantes no Senac SP da unidade de Mogi-Guaçu (SP).
3
Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), Engenheiro Coelho SP Brasil. s-doutorado em Educação,
Doutorado em Letras. Coordenadora e Docente do Mestrado Profissional em Educação (UNASP).
4
Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), Engenheiro Coelho SP Brasil. Pós-doutorado em Psicologia da
Educação. Professora no Mestrado Profissional em Educação.
Teorias e concepções curriculares: Reflexões para a construção de currículo
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10406 2
RESUMO: O texto constitui-se de uma pesquisa sobre o currículo, cujo objetivo central é
investigar algumas das principais teorias e concepções sobre este tema na literatura, tendo como
objetivos específicos, propor a reflexão sobre a temática e fornecer subsídios para o estudo
teórico e compreensão de como se a construção de um currículo, seus atravessamentos, em
especial, a intensa influência social na sua idealização. No intuito de alcançar os objetivos
propostos, realizou-se um estudo teórico com base em uma revisão narrativa e, dessa forma,
pode-se obter um quadro teórico sobre o tema proposto, que fundamentou as reflexões
apresentadas. O estudo revelou que houve avanços significativos na teoria do currículo, em
especial, no entendimento das diversas contribuições para a construção dele.
PALAVRAS-CHAVE: Currículo Escolar. Teorias do currículo. Autores do currículo.
RESUMEN: El texto consiste en una investigación sobre el currículo, cuyo objetivo central es
indagar en algunas de las principales teorías y concepciones sobre este tema en la literatura,
con los objetivos específicos de proponer una reflexión sobre el tema y brindar apoyo para el
estudio teórico y la comprensión de cómo Se construye un currículo, sus cruces, en particular,
la intensa influencia social en su idealización. Para lograr los objetivos propuestos se realizó
un estudio teórico basado en una revisión narrativa y de esta manera se pudo obtener un marco
teórico sobre el tema propuesto, que sustentó las reflexiones presentadas. El estudio reveló que
ha habido avances significativos en la teoría del currículum, en particular, en la comprensión
de las diversas contribuciones a su construcción.
PALABRAS CLAVE: Currículo Escola. Teorías del currículo. Autores del currículo.
ABSTRACT: The text constitutes research on curriculum, whose central objective is to
investigate some of the main theories and conceptions on this topic in the literature, with
specific objectives to propose a reflection on the theme and provide support for theoretical
study and understanding of how curriculum construction occurs, its intersections, especially
the intense social influence in its idealization. In order to achieve the proposed objectives, a
theoretical study was carried out based on a narrative review, and thus, a theoretical
framework on the proposed topic was obtained, which supported the reflections presented. The
study revealed that there have been significant advances in curriculum theory, especially in
understanding the various contributions to its construction.
KEYWORDS: School Curriculum. Curriculum theories. Curriculum authors.
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA; Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA; Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS e Helena
Brandão VIANA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2236-0441
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Introdução
O presente texto aborda, de forma sintética, como as teorias do currículo se
apresentaram com o passar do tempo, as mudanças de compreensão, implementação e,
especialmente, ideológicas em um processo diacrônico. Além disso, aponta as principais
correntes do pensamento sobre o currículo no ambiente escolar e seus mais influentes autores.
Nessa direção, é eminente estudar a significância do termo currículo para o contexto
educacional.
Segundo Silva (1999) no contexto educacional, o termo currículo aparece pela primeira
vez em meados dos anos vinte, nos Estados Unidos da América. Ele ainda conclui que em
paralelo ao processo de industrialização com a intensificação e massificação da imigração,
houve uma preocupação das áreas ligadas a administração escolar em racionalizar o processo
de construção e teste de novos currículos, obviamente com a intenção de padronização e
metrificação de resultados.
Segundo Young (2014), o ápice desse movimento ocorreu com as ideias de Bobbitt, em
seu livro intitulado The Curriculum de 1918, no qual o autor esclarece a concepção de um
processo fabril como base para a escolarização. Assim, o que mais importa é a especificação de
objetivos, procedimentos e métodos para a obtenção dos resultados, e para a clareza da possível
medição dele.
Se pensarmos no modelo tradicional de currículo, ele é exatamente a expressão das
ideias de Bobbitt, visto que, para a maioria dos administradores educacionais, a escola é
pensada como fábrica e avaliação de resultados. Silva (1999) reforça que o modelo proposto
por Bobbitt se preocupa, essencialmente, com o que ensinar, deixando de lado questões
essenciais para a construção do currículo, por exemplo, o como ensinar.
A discussão sobre quais temas são considerados merecedores de serem ensinados ainda
vigoram no imaginário curricular. No entanto, outra premissa, que é de suma importância,
decorre da seguinte questão: que tipo de ser humano queremos formar? Que tipo de ser humano
é desejável em uma sociedade? Para esse autor, a construção do currículo envolve a questão da
subjetividade, ou seja, é uma questão de identidade.
O currículo, na etimologia da palavra, significa percurso, ou percurso a ser seguido. Para
a educação, o termo descreve o conjunto de experiências que o indivíduo percorre ao longo da
sua formação. Young (2014) indica que, na perspectiva pós-estruturalista, o currículo tem um
forte vínculo com as relações de poder, que, selecionar é uma expressão potente de poder.
Ou seja, a busca por um consenso ou hegemonia do que os indivíduos deveriam ser e acessar.
Teorias e concepções curriculares: Reflexões para a construção de currículo
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É justamente a questão de poder que vai diferenciar as teorias tradicionais, críticas e pós-críticas
do currículo, sendo que, as tradicionais buscam uma certa neutralidade, enquanto, as demais
indicam ser impossível a neutralidade na concepção de um currículo.
Esse é um tema essencial para a compreensão do termo currículo como objeto de estudos
no campo educacional e, certamente, para a compreensão das teorias do currículo. Dado que,
os conceitos de uma teoria é que definem nossa forma de ver a “realidade” (Silva, 1999). O
referido autor reforça, ainda, que, a melhor forma de distinguir as teorias do currículo é
compreender a forma como ele é descrito, sua intencionalidade.
As reflexões apresentadas neste texto partem de uma revisão narrativa da bibliografia
sobre currículo. Segundo Rother (2007) esse tipo de revisão permite liberdade e amplitude para
descrever e discutir um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou conceitual e, nessa
direção, objetiva-se investigar o contexto histórico sobre o uso do currículo no ambiente
escolar, especialmente, as teorias tradicionais e críticas. Além de, identificar as principais
características dessas teorias, suas especificidades e ideologias, que serão tratadas nos próximos
tópicos, a fim de se constituir um frame sobre o currículo e as ideologias que o caracterizam.
Metodologia
A metodologia utilizada para a construção desse trabalho foi o estudo teórico com base
em uma revisão narrativa da literatura. Segundo Rother (2007), esse tipo de instrumento permite
ao pesquisador a análise e interpretação crítica dos estudos indicados na pesquisa, além de,
colaborar para a avaliação e atualização deles.
Os estudos aqui apresentados foram coletados nas bases de dados científicas, tais como:
Capes Periódicos, Scholar, Scielo, Eric, dentre outras. Formando assim, o arcabouço de estudos
que viabilizaram esse trabalho. A revisão narrativa proporcionou, para este estudo, reflexões
sobre o currículo a partir da visão de autores contemporâneos que retomam os clássicos e
ampliam o diálogo produtivo acerca do tema. Nessa direção, incluíram-se autores que
realizaram reflexões sobre os pioneiros do estudo sobre currículo.
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Contexto histórico do currículo
Certamente é importante reforçar a compreensão da pouca urgência dada a temática do
currículo para o ambiente educacional, antes da segunda metade do século XIX. Para Silva,
(1999) tudo muda a partir da institucionalização da educação em massa, tendo como pano de
fundo os movimentos imigratórios e a industrialização. Até então, não havia a necessidade de
uma robusta organização curricular que desse conta de um processo de formação, no mais
clássico estilo “linha de produção”, de mão de obra qualificada.
Compreende-se, a partir das ideias de Silva (1999), que as teorias do currículo são
melhor entendidas quando se examina de forma minuciosa a intencionalidade e os conceitos
que as alicerçam. Para tanto, vale reforçar a diferença entre as correntes filosóficas do
idealismo, realismo e pragmatismo. A seguir serão apresentadas cada uma delas.
Idealismo
Para Ornstein (2018), o idealismo afirma que a realidade está intimamente ligada à ideia,
pensamento e mente, sendo assim, menos conectada com a experiência sensorial. Para os
idealistas a realidade é alma, pensamento e ideia e, certamente, nega-se o método científico
como único caminho de compreensão da realidade. O referido autor reforça que, para os
idealistas, o pensamento intuitivo é tão importante quanto o método científico. Ressalta que o
professor ganha autonomia, tendo como responsabilidade revelar o conhecimento que está no
subconsciente dos alunos. Além disso, para os idealistas, o professor deve ser um modelo moral
e cultural para seus alunos, dotado de saberes e qualificação. Nessa direção, pode-se destacar
os principais autores idealistas: Platão, Kant, Hegel, Dewey, Fichte, entre outros.
Realismo
Segundo Cavalcante (2018), para a filosofia realista, em especial, a filosofia realista
aristotélica, as pessoas devem compreender o mundo por meio da realidade que é vista, revelada
na existência do mundo e do todo que o compõe. A referida autora reforça que para os realistas
o indivíduo também faz parte desse todo, primordialmente, da sociedade em que está inserido,
e o papel da educação é formar esse indivíduo para atuar harmonicamente em sociedade. Dando
a ele, a formação pública necessária para a cidadania, enfim, o aprimoramento da sua natureza
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humana. Pode-se considerar como os principais autores realistas: Aristóteles, Aquino, Locke,
Berkeley, Moore, entre outros.
Pragmatismo
Shook (2002) define que a filosofia pragmatista se baseia na contraposição a teorias
especulativas, tendo como alicerce, a busca pela superação da filosofia contemplativa pela
racionalidade científica. O autor supracitado, reforça que, para os pragmatistas, a ciência é a
única possibilidade de compreensão do mundo. Nesse sentido, o professor é responsável por
estimular e desenvolver a pessoa por meio de uma aprendizagem ativa, propondo atividades
que concebem uma experiência prática, capaz de apoiar o desenvolvimento do aluno para a vida
em sociedade. Zanatta (2012) reconhece que para os pragmatistas os saberes, adquiridos nos
livros, subordinam-se às experiências reais, uma vez que, o conhecimento é resultado das
respostas do agir (nossas ações).
Pode-se destacar dentro os principais autores pragmatistas: Peirce, James, Dewey,
Mead, Schiller, entre outros. Em seguida, a esse breve apontamento, é importante considerar as
principais teorias sobre currículo, tema do próximo tópico.
Teorias do currículo tradicional e crítico: processos e etapas
Certamente, existem confrontos ideológicos que permeiam a discussão do currículo, em
especial, quando se considera a intencionalidade. Nesse Sentido, faz-se necessário aprofundar
o conhecimento dos impactos das teorias da eficiência social e do progressismo na educação.
Neste estudo, serão abordadas as teorias para o currículo educacional de Bobbitt e Tyler, a partir
da visão de Silva (1999) alinhadas ao pensamento da eficiência social e de Dewey, uma teoria
mais alinhada ao pensamento do progressismo.
Para tanto, é necessário entender o que diferencia os conceitos presentes na eficiência
social, dos conceitos que alicerçam o progressismo. Kllebard (2011) explica que nas ideias de
Bobbitt e Tyler, a questão do currículo centra-se na organização, sendo ele, apenas uma
mecânica, uma questão técnica, que esbarra em uma tentativa de estabelecer uma visão
científica. O autor supracitado enfatiza que para esses autores, o que importa é realmente a
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eficiência no processo, o valor dado ao padrão e ao método, tornando a escola o reflexo perfeito
de uma indústria qualquer, ou seja, um processo produtivo eficiente.
Para Silva (1999) as ideias de Bobbitt encontram o reforço necessário nas ideias de
Ralph Tyler, outro pensador que se preocupa, especialmente, com a organização e
desenvolvimento. Conforme o citado autor, um padrão muito claro para as perspectivas do
currículo de Tyler que pode ser subdividido em: (1) objetivo, (2) experiência, (3) organização
e (4) medição. Essa lógica se alinha às ideias de Bobbitt e, certamente, da eficiência social.
Silva (1999) reforça que Tyler tem uma preocupação até mesmo excessiva com a definição de
objetivos da educação, algo que também permeia o processo produtivo, que deve ser intencional
e claro. Fator que vai vigorar na educação até os dias de hoje e que impõem ao currículo um
adjetivo racional.
Essas ideias concorrem com as chamadas progressistas na educação, tendo como
principal referência o americano John Dewey. Silva (1999) aponta que as ideias de Dewey
competem diretamente com as de Bobbitt e Tyler no século XX, porém, com diferenças
circunstanciais. O diferencial da teoria de Dewey é que ele está mais preocupado com a
democracia. Dessa forma, sua perspectiva centra-se nas experiências sociais vivenciadas pelas
crianças e jovens, assim como, a prática de princípios democráticos. O progressismo se dá,
portanto, pela visão que Dewey acrescenta ao currículo sobre o valor da experiência social para
a prática da vida em uma sociedade democrática, não apenas para o desempenho ocupacional.
Silva (1999) ressalta que ambas as teorias “eficiência social e progressista”, nascem para
o enfrentamento do modelo humanista de educação, tido como pouco científico e supostamente
inútil para a vida em sociedade. Continuando nessa linha, de caracterização, em seguida, será
tratado o currículo na perspectiva da Escola Nova.
O currículo da escola nova
O movimento da Escola Nova, conforme descrito por Lourenço Filho (1974), efetua
uma reformulação no tratamento dado pela escola aos problemas educacionais de maneira geral.
O referido autor enfatiza que esse movimento foi constituído por grupos que realmente
trabalham nos estabelecimentos de ensino, e que vão elaborar um conjunto de princípios para
uma nova escola.
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Para Lourenço Filho (1974), a escola nova é um movimento de enfrentamento à
chamada pedagogia tradicional. No início do século XX, o movimento propôs um novo
tratamento ao educando, agregando à perspectiva do currículo, aspectos como: atenção, maior
à afetividade e, o aspecto lógico lugar ao aspecto psicológico. A educação deixa de ser
centrada no professor e passa a ter como foco o aluno e suas possíveis necessidades. O esforço
concede lugar ao interesse, a ênfase na quantidade lugar à qualidade. A ciência da lógica
passa a ser a da experimentação. O professor passa a ser estimulador e orientador dos estudos.
Bem como, o ambiente escolar deixa de ser de sujeição, de disciplina, de silêncio e passa a ser
dinâmico e investigativo.
Segundo Nogueira (1986) a escola nova teve vários princípios que embasam a teoria.
Porém, com impacto no conceito de currículo, a aprendizagem, em situação de vida social, é o
mais importante. A aprendizagem deve acontecer sempre em cooperação social, ou seja, em
sociedade, na convivência, visto ser a escola um microuniverso social, reproduzindo o
macrouniverso social em seu contexto, tendo em vista as necessidades reais das pessoas. Ainda
com base no autor, destaca-se uma crença preponderante nesse movimento, contido nos
trabalhos de Dewey, de que a escola tradicional era pré-científica, e que após o escolanovismo,
passa a ser científica.
Partindo-se dessa premissa, é necessário reforçar os ideais do pragmatismo e do
progressismo para a compreensão das mudanças que impactam a análise do currículo
educacional.
Pragmatismo e o Progressismo
Branco (2014) reforça que, no século XX, ambas as correntes tiveram forte influência
no fazer educacional, especialmente, amparadas nas ideias de Dewey. Ideais como:
pragmatismo científico, ideais democráticos, vida em comunidade, dentre outras. A autora
supracitada reforça que o impacto, em especial, do progressismo na construção do currículo
precisa ser ressaltado, pois se dispõe a questionar a fragilidade de um currículo tradicional
centrado em matérias básicas, que não permitem ao indivíduo o desenvolvimento de
conhecimentos para viver em sociedade.
Branco (2014) afirma que, em especial, o movimento do progressismo não pode ser
analisado fora do contexto social americano, que, eles passavam por uma crise econômica,
não antes vista, e exigiram uma reformulação social e democrática. Portanto, a busca por novas
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ideias e o reconhecimento da necessidade de transformação do status quo é uma premissa social,
que ampara as ideias de Dewey, em que se acredita que somente uma mudança educacional
poderia suscitar uma reforma social. Fica clara a importância dada por Dewey a experiência,
ou seja, o indivíduo precisa viver, aprender e crescer em comunidade, sendo assim, livre para
ter iniciativa intelectual.
Assim, partindo da premissa de que nem sempre as teorias filosóficas e pedagógicas são
associadas única e exclusivamente a algum autor, geralmente são fruto de movimentos que
levam a certos resultados, adentra-se ao pensamento sobre o realismo, que recebe forte
influência de vários pensamentos que se fundem no século XIX, inclusive os da eficiência social
e do método educacional tradicional, tema esse, que será abordado no tópico seguinte.
Realismo e a Eficiência Social
Sobre o realismo, parte-se das ideias de Ralph Winfred Tyler, que dentre outros autores,
apresenta ideias que se fundem ao movimento do realismo. Segundo Alves e Saraiva (2013),
Tyler apresenta um modelo de currículo rígido e baseado em quatro questões fundamentais: os
objetivos educacionais, as experiências educacionais, a organização para o atingimento dos
resultados previstos, e a avaliação desses resultados. O supracitado autor indica que Tyler
reforça os ideais do método tradicional de ensino e obviamente a eficiência social que vigorava
à época.
Assim como Dewey, Tyler percebe nas experiências um meio de desenvolver as
capacidades individuais. Ao seguir critérios previamente estabelecidos nos objetivos
educacionais e concretizá-los, espera-se que, durante a avaliação, o progresso do indivíduo seja
demonstrado.
O radicalismo do realismo se novamente pela crítica à falta de intencionalidade e
pouca eficiência dos métodos humanistas. O que importa para o realismo, segundo Castanõn
(2007), é a existência real dos objetivos do conhecimento, que apresentam características que
independem de nossas teorias e de nossa vontade, sendo assim, uma questão essencialmente
técnica. Para o realismo, portanto, existem objetivos do conhecimento, essenciais para o
desenvolvimento das capacidades dos indivíduos, e esses, deverão ser ensinados, apesar do
desejo e vontade deles. A partir do realismo, é importante refletir sobre currículo na perspectiva
da eficiência social de Bobbitt, o que será realizado no próximo tópico.
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Currículo e a eficiência social de Bobbitt
Sabe-se que Bobbitt foi um dos autores mais influentes no século XX, sobre o tema do
currículo educacional. Portanto, cabe reforçar algumas das principais ideias do autor na
elaboração do currículo por eficiência social. Segundo Silva (1999) para Bobbitt, o caminho
para a construção das habilidades a serem ensinadas aos alunos estavam postas, ou seja, dadas
pela vida adulta. Isto é, Bobbitt acreditava que tudo o que era preciso fazer era mapear quais
eram as habilidades necessárias para cada ocupação, não permitindo a possibilidade de
abstrações.
Nessa direção, questiona-se o papel do especialista no desenvolvimento de currículos,
que segundo Young (2014), apresenta Bobbitt com a premissa que o especialista deveria indicar
habilidades a serem desenvolvidas pelos indivíduos e a forma que elas deveriam ser avaliadas,
por meio de instrumentos construídos por ele.
Silva (1999) indica o quanto as ideias de Bobbitt foram essenciais para o
desenvolvimento do currículo educacional no século XX, sendo ele e Tyler, referências em todo
o mundo, nessa temática. Porém, é imprescindível compreender o contexto específico onde
nascem essas teorias. As teorias se dão em meio ao processo de industrialização americano, que
gerou uma onda de imigração, nunca vista, bem como a necessidade de formação de mão-de-
obra qualificada em massa.
Atualmente, é possível compreender as falhas e lacunas deixadas pelo modelo
tradicional de currículo, especialmente quando se considera que as pessoas ocuparam um papel
secundário nessa construção. A ênfase no fazer técnico e produtivo acabou sobrepondo-se
novamente à valorização humana, uma realidade que perdurou por muitos anos no ambiente
escolar.
Contribuições na constituição dos currículos escolares
Após o lançamento de seu livro intitulado “Princípios Básicos do Currículo e Ensino”,
publicado em 1949, Tyler estabeleceu o currículo que predominaria nos Estados Unidos e em
outros países, incluindo o Brasil. Esse modelo de Tyler foi a principal referência do currículo
por quatro décadas.
Silva (1999) indica que o currículo de Tyler, se preocupa, exclusivamente, com os
temas: organização e desenvolvimento. O referido autor, enfatiza que, para Tyler, o currículo
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deve remeter-se aos seguintes questionamentos relativos à função da escola: quais objetivos
alcançar, quais experiências ofertar e como devem ser ofertadas e, ainda, como verificar o
alcance dos objetivos. Essas indagações de Tyler referem-se à estruturação tradicional de
ensino: a elaboração do currículo, as estratégias de ensino, o foco na instrução e a ênfase na
avaliação.
Para Silva (1999), os modelos de Bobbitt e Tyler, considerados tecnocráticos,
diferenciavam-se do modelo progressista, pois, mesmo considerado centrado na criança,
distanciava-se das experiências das crianças e dos jovens. Sua perspectiva centralizava-se na
organização e elaboração do currículo. No entanto, Tyler sugeriu que os aprendizes deveriam
ser inseridos na vida ocupacional adulta, e incentivou a opinião de especialistas das diferentes
áreas, como a filosofia e a psicologia educacional.
A seguir, estão outras teorias dominantes sobre o currículo no ambiente escolar, com
diversos autores relevantes, como Apple, Bourdieu, Baker, Popham, Perrenoud, Cool,
Kilpatrick, Decroly, Bernstein e Beane. São pensadores do currículo para a escola, cujas teorias
influenciam a construção da estrutura curricular até os dias atuais. Nos próximos tópicos, serão
exploradas as contribuições de cada um desses educadores.
Currículo para Apple e Bourdieu
Gandin e Lima (2016) afirmam que Michael Apple se afiliava ao pensamento
Neomarxista, onde os pontos centrais do currículo giram em torno da dominação de classe na
sociedade capitalista e na detenção de controle dos recursos materiais. Esse modo de pensar
acaba por afetar o que ocorre em outras esferas sociais, à educação e cultura.
Segundo os autores, Bourdieu tinha estabelecido as bases de uma crítica à educação
liberal, mas não tinha em vista o currículo e o conhecimento escolar. O autor considerava uma
ligação entre a reprodução social e cultural, e a conexão do modo como a economia funciona e
como o currículo está organizado. Gardin e Lima (2016) relatam que, para Apple, essa relação
não é simples e direta, por serem mediados por processos que ocorrem no campo da educação,
com base na mediação humana. Por isso, recorreu ao conceito de hegemonia de Antonio
Gramsci e desenvolvido por Raymond Williams, que indicam que não é possível compreender
o currículo sem as devidas conexões entre ele e as relações de poder, incutidas na sociedade.
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Currículo para Baker e Popham
Souza (2012) afirma que os estudos sobre currículo se fortalecem com as perspectivas
de Popham e Baker em 1978, os quais, em 1970, publicaram cinco manuais, enfatizando o
planejamento de ensino e a avaliação. Porém, o referido autor, compreende que esses manuais
partem da premissa da necessidade de definição de objetivos comportamentais, todavia, ainda
focam exacerbadamente no planejamento e na avaliação.
Fato que contribuiu para o avanço da tecnologia da avaliação, tornando testes e outras
técnicas de medição, supervalorizadas. Porém, o modelo adotado favoreceu a crítica, uma vez
que, deixava de lado o comportamentalismo e o humanismo.
Critica, que segundo Souza (2012) foram encabeçadas por Eva Baker e James Popham,
que se posicionaram a favor da reorganização dos objetivos do currículo e da melhoria das
condições humanas, sendo contrários à ideia de atomização dos objetivos e da supervalorização
da avaliação. Para Souza (2012), Baker e Popham apresentam uma nova forma de compreender
o currículo, ou seja, acrescentam a noção de competência, já estudada por Bloom et al. (1973),
em sua obra intitulada Taxionomia de Objetivos Educacionais”, que auxilia na especificação
dos objetivos, facilitando “o planejamento e o preparo de programas de avaliação” (Bloom et
al., 1973, p. 2).
Souza (2012) reforça que Baker e Popham propuseram competências amplas que se
baseavam em um vasto conjunto de comportamentos, que eles denominaram de habilidades
fundamentais. Para eles, a elaboração curricular deve ter como meta a competência, porém,
para que seja alcançada, é essencial que seja transformada em habilidades fundamentais, que
somadas, ofereçam resultados.
Para o referido autor, a diferença principal entre a teoria de Tyler e a de Baker e Popham
é que, para Tyler cada habilidade é supervalorizada e avaliada, enquanto que, para os demais
autores, são apenas um caminho na direção da competência essencial.
Currículo para Perrenoud
Philippe Perrenoud é o criador dos termos Competências e Habilidades, ele é Professor
na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação na Universidade de Genebra. É considerado
uma das maiores referenciais mundiais nos temas: desigualdades sociais e evasão escolar. Além
de se dedicar ao estudo das práticas pedagógicas e do currículo.
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA; Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA; Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS e Helena
Brandão VIANA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10406 13
Segundo Mendonça (2023), em seu livro Dez novas competências para se ensinar,
Perrenoud (1999), indica novas competências essenciais para o novo sistema educativo, dentre
elas: organizar e administrar situações de aprendizagem, trabalhar em equipe, envolver pais,
enfrentar dilemas éticos, dentre outras. Favorecendo, assim, a reflexão sobre o modelo de
currículo vigente.
Mendonça (2023), relata, ainda, que para Perrenoud a pedagogia baseada em objetivos
é mecanizada e, para o nascer de novas competências, devemos criar inovadoras formas de
aprendizagem. Para o autor, aprender não é apenas um ato de memorização, pelo contrário, é
uma forma de compreensão do mundo.
Currículo para Coll
Conforme Moreira (1997), para o psicólogo espanhol César Coll, o fundamento
principal da educação é promover o crescimento dos seres humanos. Nessa perspectiva, os
processos psicológicos se dão na interação com o ambiente. Sendo assim, as relações se dão
pela cultura, na família, na escola, e na relação com os adultos.
O referido autor, propõe que a educação para Coll é um conjunto de atividades que
asseguram que a experiência social, historicamente acumulada e culturalmente organizada, seja
adquirida pelos indivíduos. Para tanto, alguns aspectos são essenciais, tais como: a linguagem,
a ideologia, os costumes, os valores, as crenças, dentre outros tantos.
Currículo para Decroly
Santos e Rossi (2020) relatam que, no Brasil, o método de currículo por projetos emergiu
concomitantemente ao movimento da Escola Nova, que se contrapôs aos princípios da escola
tradicional. Esse movimento foi liderado por educadores europeus, como Maria Montessori,
Ovídio Decroly, Edouard Claparède e outros.
Na virada do século XIX para o XX, conforme relatam Santos e Rossi (2020), esses
pensadores, contestaram o modelo de escola e propuseram uma nova concepção de ensino. O
belga Ovide Decroly (1871-1932) foi provavelmente o mais combativo. Os referidos autores
explicam que Decroly dedicou-se à experimentação de uma escola que tinha ênfase central no
aluno, e não mais no professor, e que deveria preparar os indivíduos para conviver em
sociedade, ao invés de focar no preparo para a vida profissional. Decroly também se dedicou à
Teorias e concepções curriculares: Reflexões para a construção de currículo
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questão da linguagem, sendo que, ele acreditava que a expressão se dava também pelo corpo,
pelo desenho, pela arte, pela construção, entre outros.
Santos e Rossi (2020) ainda expõem que Decroly queria romper com a ideia de que a
inteligência era ligada à capacidade de dominar a linguagem formal, e se direciona para a
valorização de outras formas de linguagem, tais como: trabalhos manuais, esportes e desenhos.
Ele imaginava um modelo de educação onde o aluno teria a autonomia de condução do seu
aprendizado e desenvolvimento.
Alguns dos pensamentos do autor são utilizados na contemporaneidade e alinham-se ao
chamado método global de alfabetização, assim como aos centros de interesse. Conforme
Santos e Rossi (2020), o princípio de globalização de Decroly fundamenta-se na ideia de que
as crianças apreendem o mundo com base em uma visão global, que posteriormente se organiza
em partes menores.
Currículo integrado
O currículo integrado prevê a organização do conhecimento em sua totalidade, melhor
dizendo, todas as competências que se pretende aprender. Para Santomé (1998), o currículo
integrado é utilizado no intuito de se alcançar a compreensão ampla do conhecimento e na busca
por mitigar a fragmentação proposta pelo currículo tradicional. Com isso, esse modelo de
currículo visa à integração entre diversas esferas da vida, do conhecimento, dos interesses do
aluno e da vida prática, cultural e social.
Currículo integrado para Bernstein e Beane
Para Santos (2003), Bernstein trabalha o currículo não como condição objetiva, mas em
sua relação ao corpo social, interligando três processos: o processo escolar, o conhecimento e
a desigualdade social.
Conforme o referido autor, busca-se a conexão entre os aspectos societais,
institucionais, interacionais e os níveis intrapsíquicos da análise sociológica. Os indicadores do
currículo incluem conceitos sociais, como trabalho, família e classe social, especialmente
considerando as desigualdades sociais como fator preponderante na formalização do currículo
escolar.
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA; Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA; Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS e Helena
Brandão VIANA
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Santos (2003) indica que, enquanto isso, para Beane, o currículo deve compreender a
realidade e vivência dos alunos, abordando temas fundamentais ao cotidiano e a realidade local.
Potencializando assim, a integração pessoal e social, além de, maximizar a capacidade de
integração curricular.
Currículo por Projetos e por Problemas
Keller-Franco (2018) pontuam que o trabalho por projetos não é algo novo na educação,
sendo uma prática pedagógica que obteve reconhecimento em diferentes momentos
educacionais. Sua origem nos reporta a segunda metade do século XVIII com dois educadores
norte-americanos: John Dewey, um dos principais representantes, e seu aluno William
Kilpatrick. Conforme os autores, trabalho com projetos é um método muito valorizado pelos
pragmatistas, e utilizado no Ensino superior.
A teoria de currículo por projetos defende princípios epistemológicos, em relação ao
papel do aluno e do professor, à metodologia e ao currículo, muito próximos do posicionamento
pragmático. Silva (1999) relata que William Kilpatrick é uma das principais referências na
aplicação da teoria educacional progressivista, e é considerado um dos pioneiros do método de
projetos. Para ele, o projeto deve ser o próprio currículo, e não os conteúdos disciplinares. Esses,
seriam essenciais para a composição dos projetos.
Mendonça (2023) relata que a proposta do currículo por projetos é ser mais prático e
menos conteudista. Essa organização de currículo é defendida pelos teóricos progressistas,
dentre eles: os norte-americanos John Dewey e William Kilpatrick. Que segundo o referido
autor, defendem uma ideia de educação democrática e atividades guiadas por temas centrais,
que integram diferentes disciplinas.
Moallem, Hung e Dabbagh (2019) afirmam que a Aprendizagem Baseada em Problemas
foi introduzida na educação por volta de 1960, na Universidade Mc Master em Hamilton,
Canadá. Esse método de aprendizado, que é centrado no aluno, foca no problema como
elemento motivacional do estudo. O professor é um facilitador, que permite a autonomia do
aluno tem em sala de aula, quase um processo de emancipação ao próprio currículo. É uma
estratégia educacional onde o problema é a base para o aprendizado de saberes e conhecimentos
relevantes.
Diante dos diversos autores apresentados ficou evidente a importância de se
compreender o percurso histórico e seus desdobramentos no processo de evolução das teorias
Teorias e concepções curriculares: Reflexões para a construção de currículo
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e concepções acerca do currículo e as implicações de seu conceito e utilização na
contemporaneidade.
Considerações finais
Certamente, é de suma relevância para gestores, professores e demais agentes da
comunidade educacional o conhecimento acerca das teorias curriculares, uma vez que estas
influenciaram e continuam a influenciar a concepção da formação do indivíduo para a
sociedade. Compreender o contexto histórico, social, educacional, econômico, entre outros, nos
quais essas concepções curriculares se desenvolveram, auxilia os interessados na temática a
compreender os pensamentos que ainda permeiam a educação contemporânea, especialmente
as ideologias que caracterizam cada teoria.
Este estudo possibilitou a verificação da preocupação com as necessidades dos alunos,
a consideração da percepção dos professores, a inclusão da comunidade escolar local e
diferenciais na elaboração do currículo escolar. Outras conclusões são possíveis; por exemplo,
o avanço teórico em direção a um currículo integral, que permita ou ao menos sugira a formação
completa do indivíduo, não se limitando à educação tradicional centrada na economia e no
trabalho. No entanto, observou-se que as teorias do currículo geralmente refletem o contexto
social e temporal em que são construídas, além do viés ideológico que permeia sua concepção.
Isso nos indica que novas teorias e concepções sobre o currículo continuarão a surgir, o que é
crucial para o diálogo sobre a importância do currículo e seu impacto na formação do indivíduo
“ideal”.
Por fim, cabe atenção aos educadores, que devem continuamente aprofundar a
compreensão sobre os interesses e ideais contidos em cada concepção ideológica sobre a
concepção currículo no ambiente escolar, e seus impactos.
Seguramente é imprescindível, ao se estudar sobre currículo escolar, a compreensão de
como se concebe essa construção na escola, as influências que ainda vigoram, os interesses e,
especialmente, a reflexão do que ensinar, porque e como. Além disso, é importante ser capaz
de reconhecer as inter-relações entre o currículo escolar e suas implicações na sociedade, uma
vez que isso atravessa a escola e se torna relevante para a construção do currículo. É
fundamental para o alicerce do saber, do fazer e do querer de cada indivíduo, tornando o
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA; Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA; Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS e Helena
Brandão VIANA
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processo de estruturação do currículo abrangente o suficiente para incorporar os constructos
que fundamentam as posturas didático-pedagógicas e a prática docente.
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2024.
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecimento ao SENAC e ao UNASP, pela contribuição financeira
à esse trabalho.
Financiamento: UNASP-EC e SENAC.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética:Não se aplica, por ser artigo de revisão.
Disponibilidade de dados e material: Os artigos utilizados nesta reflexão estão
disponíveis.
Contribuições dos autores: Autor 1 e 2 = decisão pela temática do artigo, revisão da
literatura, escrita do artigo e revisão final deste. Autor 3 = Correção do artigo, sugestões de
melhorias, revisão final do texto. Autor 4 = Sugestões de melhorias, editoração do texto e
revisão final da escrita.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10406 1
CURRICULAR THEORIES AND CONCEPTIONS: REFLECTIONS FOR
CURRICULUM CONSTRUCTION
TEORIAS E CONCEPÇÕES CURRICULARES: REFLEXÕES PARA A CONSTRUÇÃO
DE CURRÍCULO
TEORÍAS Y CONCEPCIONES CURRICULARES: REFLEXIONES PARA LA
CONSTRUCCIÓN DE CURRÍCULO
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA1
e-mail: con[email protected]
Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA2
e-mail: miriamp[email protected]m
Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS3
e-mail: silvia.qu[email protected].br
Helena Brandão VIANA4
How to reference this paper:
BAPTISTA, E. A. L.; SILVA, M. C. Z. R.; QUADROS, S. C. O.;
VIANA, H. B. Curricular theories and conceptions: reflections for
curriculum construction. Nuances: Estudos sobre Educação,
Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2025. e-ISSN: 2236-
0441. DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10406
| Submitted: 20/01/2024
| Revisions required: 23/02/2024
| Approved: 16/03/2024
| Published: 22/04/2024
Editors:
Deputy Executive Editor:
1
National Service for Commercial Apprenticeship (SENAC), São João da Boa Vista SP Brazil. Pedagogue specializes in
business pedagogy, school management, entrepreneurship, and marketing management. Graduated in commercial management
and currently pursuing a master's degree in education. Educational Coordinator at Senac São João da Boa Vista.
2
National Service for Commercial Apprenticeship (SENAC), São João da Boa Vista SP Brazil.Instructor in the
Management and Business area of vocational courses at Senac SP's Mogi-Guaçu unit (SP).
3
Adventist University Center of São Paulo (UNASP), Engenheiro Coelho SP Brazil. Post-doctorate in Education, Doctoral
degree in Literature. Coordinator and Instructor of the Professional Master's Program in Education (UNASP).
4
Adventist University Center of São Paulo (UNASP), Engenheiro Coelho SP Brazil. Post-doctorate in Educational
Psychology. Professor in the Professional Master's Program in Education.
Curricular theories and conceptions: Reflections for curriculum construction
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2025. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v35i00.10406 2
ABSTRACT: The text constitutes research on curriculum, whose central objective is to
investigate some of the main theories and conceptions on this topic in the literature, with
specific objectives to propose a reflection on the theme and provide support for theoretical study
and understanding of how curriculum construction occurs, its intersections, especially the
intense social influence in its idealization. In order to achieve the proposed objectives, a
theoretical study was carried out based on a narrative review, and thus, a theoretical framework
on the proposed topic was obtained, which supported the reflections presented. The study
revealed that there have been significant advances in curriculum theory, especially in
understanding the various contributions to its construction.
KEYWORDS: School Curriculum. Curriculum theories. Curriculum authors.
RESUMO: O texto constitui-se de uma pesquisa sobre o currículo, cujo objetivo central é
investigar algumas das principais teorias e concepções sobre este tema na literatura, tendo
como objetivos específicos, propor a reflexão sobre a temática e fornecer subsídios para o
estudo teórico e compreensão de como se a construção de um currículo, seus
atravessamentos, em especial, a intensa influência social na sua idealização. No intuito de
alcançar os objetivos propostos, realizou-se um estudo teórico com base em uma revisão
narrativa e, dessa forma, pode-se obter um quadro teórico sobre o tema proposto, que
fundamentou as reflexões apresentadas. O estudo revelou que houve avanços significativos na
teoria do currículo, em especial, no entendimento das diversas contribuições para a construção
dele.
PALAVRAS-CHAVE: Currículo Escolar. Teorias do currículo. Autores do currículo.
RESUMEN: El texto consiste en una investigación sobre el currículo, cuyo objetivo central es
indagar en algunas de las principales teorías y concepciones sobre este tema en la literatura,
con los objetivos específicos de proponer una reflexión sobre el tema y brindar apoyo para el
estudio teórico y la comprensión de cómo Se construye un currículo, sus cruces, en particular,
la intensa influencia social en su idealización. Para lograr los objetivos propuestos se realizó
un estudio teórico basado en una revisión narrativa y de esta manera se pudo obtener un marco
teórico sobre el tema propuesto, que sustentó las reflexiones presentadas. El estudio reveló que
ha habido avances significativos en la teoría del currículum, en particular, en la comprensión
de las diversas contribuciones a su construcción.
PALABRAS CLAVE: Currículo Escola. Teorías del currículo. Autores del currículo.
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA; Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA; Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS and Helena
Brandão VIANA
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 35, n. 00, e024002, 2025. e-ISSN: 2236-0441
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Introduction
The present text succinctly addresses how curriculum theories have evolved over time,
the changes in understanding, implementation, and especially ideological shifts in a diachronic
process. Additionally, it highlights the main currents of thought regarding curriculum in the
school environment and their most influential authors. In this direction, it is important to study
the significance of the term curriculum for the educational context.
According to Silva (1999), in the educational context, the term curriculum first appeared
in the mid-1920s in the United States of America. He further concludes that parallel to the
process of industrialization, with the intensification and massification of immigration, there was
a concern among areas related to school administration to rationalize the process of developing
and testing new curricula, obviously with the intention of standardization and metricization of
results.
According to Young (2014), the pinnacle of this movement occurred with the ideas of
Bobbitt, in his book entitled "The Curriculum" in 1918, in which the author elucidates the
conception of a factory process as the basis for schooling. Thus, what matters most is the
specification of objectives, procedures, and methods for achieving results, and for the clarity of
possible measurement of it.
If we consider the traditional model of curriculum, it is precisely the expression of
Bobbitt's ideas, since, for the majority of educational administrators, the school is conceived as
a factory and assessment of results. Silva (1999) reinforces that the model proposed by Bobbitt
is essentially concerned with what to teach, leaving aside essential questions for curriculum
construction, for example, how to teach.
The discussion about which topics are deemed worthy of being taught still prevails in
the curriculum imagination. However, another premise, which is of paramount importance,
arises from the following question: what kind of human being do we want to shape? What kind
of human being is desirable in a society? For this author, the construction of the curriculum
involves the question of subjectivity, that is, it is a question of identity.
The curriculum, in the etymology of the word, means course, or path to be followed.
For education, the term describes the set of experiences that the individual undergoes
throughout their formation. Young (2014) indicates that, from a post-structuralist perspective,
the curriculum has a strong link with power relations, since selection is a potent expression of
power. That is, the pursuit of consensus or hegemony over what individuals should be and
access. It is precisely the issue of power that differentiates traditional, critical, and post-critical
Curricular theories and conceptions: Reflections for curriculum construction
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curriculum theories, with the traditional ones seeking certain neutrality, while the others
indicate that neutrality in the conception of a curriculum is impossible.
This is an essential theme for understanding the term curriculum as an object of study
in the educational field and certainly for understanding curriculum theories. Given that the
concepts of a theory define our way of seeing "reality" (Silva, 1999). The author further
emphasizes that the best way to distinguish curriculum theories is to understand how they are
described and their intentionality.
The reflections presented in this text stem from a narrative literature review on
curriculum. According to Rother (2007), this type of review allows freedom and breadth to
describe and discuss a particular subject from a theoretical or conceptual standpoint, and in this
direction, the objective is to investigate the historical context regarding the use of curriculum
in the school environment, especially traditional and critical theories. In addition, to identify
the main characteristics of these theories, their specificities, and ideologies will be addressed in
the following sections in order to establish a framework for the curriculum and the ideologies
that characterize it.
Methodology
The methodology used for constructing this work was a theoretical study based on a
narrative literature review. According to Rother (2007), this type of instrument allows the
researcher to analyze and critically interpret the studies indicated in the research, as well as to
collaborate in their evaluation and updating.
The studies presented here were collected from scientific databases such as Capes
Periodicals, Scholar, Scielo, Eric, among others. Thus, forming the framework of studies that
enabled this work. The narrative review provided, for this study, reflections on the curriculum
from the perspective of contemporary authors who revisit the classics and broaden the
productive dialogue on the subject. In this direction, authors who have reflected on the pioneers
of curriculum study were included.
Eduardo Alexandre de Lima BAPTISTA; Miriam Cristina Zambelan Ribeiro da SILVA; Sílvia Cristina de Oliveira QUADROS and Helena
Brandão VIANA
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Historical Context of Curriculum
Certainly, it is essential to reinforce the understanding of the little urgency given to the
curriculum theme in the educational environment before the second half of the 19th century.
According to Silva (1999), everything changes with the institutionalization of mass education,
with the backdrop of immigration movements and industrialization. Until then, there was no
need for a robust curriculum organization to handle a training process, in the most classic
"assembly line" style, of qualified labor.
From Silva's (1999) ideas, it is understood that curriculum theories are best understood
when examined meticulously for their intentionality and the concepts that underpin them. It is
worth reinforcing the difference between the philosophical currents of idealism, realism, and
pragmatism. Each will be presented below.
Idealism
According to Ornstein (2018), idealism asserts that reality is intimately linked to ideas,
thoughts, and the mind, thus less connected with sensory experience. For idealists, reality is
soul, thought, and idea, and certainly, the scientific method as the only path to understanding
reality is denied. The author emphasizes that for idealists, intuitive thought is as critical as the
scientific method. It is highlighted that the teacher gains autonomy, with the responsibility to
reveal the knowledge in the students' subconscious. Moreover, for idealists, the teacher should
be a moral and cultural model for their students, endowed with knowledge and qualifications.
In this direction, the main idealist authors can be highlighted: Plato, Kant, Hegel, Dewey, and
Fichte, among others.
Realism
According to Cavalcante (2018), for realistic philosophy, especially Aristotelian
realism, people must understand the world through the reality that is seen, revealed in the
existence of the world and the whole that composes it. The author emphasizes that for realists,
the individual is also part of this whole, primarily of the society in which they are inserted, and
the role of education is to train this individual to act harmoniously in society. Providing them
with the necessary public education for citizenship and, ultimately, the refinement of their
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human nature. The main realistic authors can be considered Aristotle, Aquinas, Locke,
Berkeley, and Moore, among others.
Pragmatism
Shook (2002) defines pragmatist philosophy as being based on opposition to speculative
theories, having as its foundation the search for overcoming contemplative philosophy through
scientific rationality. The aforementioned author reinforces that, for pragmatists, science is the
only possibility of understanding the world. In this sense, the teacher is responsible for
stimulating and developing the person through active learning, proposing activities that
conceive a practical experience capable of supporting the student's development for life in
society. Zanatta (2012) acknowledges that for pragmatists, knowledge acquired in books is
subordinate to authentic experiences, since knowledge is the result of responses to action (our
actions).
Among the main pragmatist authors, we can highlight: Peirce, James, Dewey, Mead,
Schiller, among others. Following this brief overview, it is essential to consider the main
theories on curriculum, which is the subject of the next topic.
Curriculum theories: traditional and critical processes and stages
Certainly, ideological conflicts permeate the discussion of the curriculum, especially
when considering intentionality. In this sense, it is necessary to deepen the understanding of the
impacts of theories of social efficiency and progressivism in education. In this study, we will
address the theories for educational curriculum by Bobbitt and Tyler, from the perspective of
Silva (1999), aligned with the thought of social efficiency, and Dewey, a theory more aligned
with the idea of progressivism.
To do so, it is necessary to understand what differentiates the concepts present in social
efficiency from the concepts that underpin progressivism. Kllebard (2011) explains that in the
ideas of Bobbitt and Tyler, the curriculum issue focuses on organization, being merely a
mechanic, a technical issue, which stumbles upon an attempt to establish a scientific view. The
aforementioned author emphasizes that for these authors, what matters is efficiency in the
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process, the value given to the standard and method, making the school the perfect reflection
of any industry, in other words, an efficient production process.
According to Silva (1999), Bobbitt's ideas find the necessary reinforcement in Ralph
Tyler's ideas, another thinker especially concerned with organization and development.
According to the cited author, there is a very clear pattern for Tyler's curriculum perspectives
that can be subdivided into: (1) objective, (2) experience, (3) organization, and (4)
measurement. This logic aligns with Bobbitt's ideas and certainly with social efficiency. Silva
(1999) reinforces that Tyler has an even excessive concern with defining the objectives of
education, something that also permeates the production process, which must be intentional and
clear. This is a factor that will prevail in education to this day and imposes a rational adjective
on the curriculum.
These ideas compete with the so-called progressive ideas in education, with the main
reference being the American John Dewey. Silva (1999) points out that Dewey's ideas directly
compete with those of Bobbitt and Tyler in the 20th century, albeit with circumstantial
differences. The distinctive feature of Dewey's theory is that he is more concerned with
democracy. Thus, his perspective focuses on the social experiences lived by children and young
people, as well as the practice of democratic principles. Progressivism, therefore, arises from
Dewey's view of the value of social experience for practicing life in a democratic society, not
just for occupational performance.
Silva (1999) emphasizes that both theories, "social efficiency and progressive," emerge
to confront the humanistic model of education, which is considered unscientific and supposedly
useless for life in society. Continuing along this characterization line, the curriculum from the
perspective of the New School will be addressed next.
The curriculum of the New School
The New School movement, as described by Lourenço Filho (1974), reformulates the
way schools address educational problems in general. The author emphasizes that this
movement was made up of groups that actually worked in educational institutions and that they
would develop a set of principles for a new school.
According to Lourenço Filho (1974), the New School is a movement that confronts
traditional pedagogy. At the beginning of the 20th century, the movement proposed a new
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approach to education, adding to the curriculum perspective aspects such as: greater attention
to affectivity, and the logical aspect gives way to the psychological aspect. Education ceases to
be teacher-centered and becomes focused on the student and their potential needs. Effort gives
way to interest, and emphasis on quantity gives way to quality. The science of logic becomes
that of experimentation. The teacher becomes a stimulator and guide of studies. Likewise, the
school environment ceases to be one of subjection, discipline, and silence, and becomes
dynamic and investigative.
According to Nogueira (1986), the New School had several principles that underpin the
theory. However, with an impact on the concept of curriculum, learning in a social life situation
is the most important. Learning should always occur in social cooperation, that is, in society
and social interaction, considering the school as a micro-social universe, reproducing the
macro-social universe in its context, and taking into account people's real needs. Also, based
on the author, there is a prevailing belief in this movement, as evidenced in Dewey's work, that
the traditional school was pre-scientific and that after the New School movement, it became
scientific.
Starting from this premise, it is necessary to reinforce the ideals of pragmatism and
progressivism to understand the changes impacting the analysis of the educational curriculum.
Pragmatism and Progressivism
Branco (2014) emphasizes that in the 20th century, both currents had a strong influence
on educational practice, especially supported by Dewey's ideas. Ideals such as scientific
pragmatism, democratic ideals, and community life, among others. The aforementioned author
underscores that the impact, particularly of progressivism in curriculum construction, needs to
be highlighted as it aims to question the weaknesses of a traditional curriculum centered on
basic subjects, which do not allow individuals to develop the knowledge necessary for living in
society.
Branco (2014) asserts that the progressivism movement, in particular, cannot be
analyzed outside the American social context, as they were going through an unprecedented
economic crisis, demanding social and democratic reform. Therefore, the search for new ideas
and the recognition of the need for transformation of the status quo is a social premise that
supports Dewey's ideas, which believe that only an educational change could trigger a social
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reform. Dewey's emphasis on experience is evident; individuals need to live, learn, and grow
in a community, thus being free to take intellectual initiative.
Thus, starting from the premise that philosophical and pedagogical theories are not
always associated solely with an author, usually they are the result of movements that lead to
certain outcomes, we delve into the thought on realism, which is strongly influenced by various
ideas that merge in the 19th century, including those of social efficiency and traditional
educational methods, a topic that will be addressed in the following section.
Realism and Social Efficiency
Regarding realism, we start with Ralph Winfred Tyler's ideas, which, among other
authors, merge with the realism movement. According to Alves and Saraiva (2013), Tyler
presents a rigid curriculum model based on four fundamental questions: educational objectives,
educational experiences, organization for achieving the intended results, and evaluation of these
results. The authors above indicate that Tyler reinforces the ideals of traditional teaching
methods and, obviously, the social efficiency that prevailed at the time.
Like Dewey, Tyler sees experiences as a means of developing individual capacities. By
following previously established criteria in educational objectives and implementing them, it is
expected that, during evaluation, the individual's progress will be demonstrated.
The radicalism of realism is again evident in the criticism of the lack of intentionality
and the inefficiency of humanistic methods. According to Castanõn (2007), what matters for
realism is the real existence of knowledge objectives, which have characteristics that are
independent of our theories and our will, thus being essentially a technical matter. For realism,
therefore, knowledge objectives are essential for developing individuals' capacities, and these
must be taught regardless of their desires and will. From the perspective of realism, it is
important to reflect on the curriculum in the context of Bobbitt's social efficiency, which will
be discussed in the next section.
Curriculum and Bobbitt's Social Efficiency
It is known that Bobbitt was one of the most influential authors in the 20th century on
the subject of educational curriculum. Therefore, it is pertinent to reinforce some of the author's
main ideas in the development of the curriculum for social efficiency. According to Silva
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(1999), for Bobbitt, the path to constructing the skills to be taught to students was already laid
out, meaning they were given by adult life. Bobbitt believed that all that needed to be done was
to map out the skills required for each occupation, not allowing for the possibility of
abstractions.
In this direction, the role of the specialist in curriculum development is questioned,
which, according to Young (2014), presents Bobbitt with the premise that the specialist should
indicate the skills to be developed by individuals and how they should be evaluated, through
instruments constructed by him.
Silva (1999) points out how essential Bobbitt's ideas were for developing educational
curricula in the 20th century, with him and Tyler being references worldwide on this subject.
However, it is essential to understand the specific context in which these theories originated.
The theories emerged amidst the American industrialization process, which generated an
unprecedented wave of immigration, as well as the need for mass skilled labor formation.
It is currently possible to understand the flaws and gaps left by the traditional curriculum
model, especially considering that people played a secondary role in this construction. The
emphasis on technical and productive activities again overshadowed human values, a reality
that persisted for many years in the school environment.
Contributions to the Formation of School Curricula
After the release of his book titled Princípios Básicos do Currículo e Ensino
5
”,
published in 1949, Tyler established the curriculum that would prevail in the United States and
other countries, including Brazil. Tyler's model became the main reference for curriculum for
four decades.
Silva (1999) indicates that Tyler's curriculum is exclusively concerned with
organization and development. The author emphasizes that, for Tyler, the curriculum should
address the following questions regarding the school's function: what objectives to achieve,
what experiences to offer and how they should be offered, and how to verify the achievement
of objectives. These inquiries by Tyler pertain to the traditional structure of teaching:
curriculum development, teaching strategies, focus on instruction, and emphasis on assessment.
5
Basic Principles of Curriculum and Instruction.
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According to Silva (1999), the technocratic models of Bobbitt and Tyler differed from
the progressive model because, although it was considered child-centered, it distanced itself
from the experiences of children and youth. Its perspective was centralized in curriculum
organization and development. However, Tyler suggested that learners should be integrated
into adult occupational life and encouraged input from experts in various fields, such as
philosophy and educational psychology.
Below are other dominant theories on the curriculum in the school environment,
featuring various relevant authors such as Apple, Bourdieu, Baker, Popham, Perrenoud, Cool,
Kilpatrick, Decroly, Bernstein, and Beane. These curriculum thinkers for schools have theories
that influence the construction of the curriculum structure to this day. The following topics will
explore the contributions of each of these educators.
Curriculum for Apple and Bourdieu
Gandin and Lima (2016) assert that Michael Apple was affiliated with Neo-Marxist
thought, where the central points of the curriculum revolve around class domination in capitalist
society and the control of material resources. This way of thinking ends up affecting what
happens in other social spheres, namely education and culture.
According to the authors, Bourdieu had already established the foundations of a critique
of liberal education, but he did not focus on the curriculum and school knowledge. The author
considered a connection between social and cultural reproduction, the way the economy
functions, and how the curriculum is organized. Gardin and Lima (2016) report that, for Apple,
this relationship is not simple and direct, as they are mediated by processes that occur in the
field of education, based on human mediation. Therefore, he resorted to the concept of
hegemony by Antonio Gramsci and developed by Raymond Williams, which indicates that it
is only possible to understand the curriculum with the proper connections between it and the
power relations embedded in society.
Curriculum for Baker and Popham
Souza (2012) asserts that curriculum studies are strengthened by the perspectives of
Popham and Baker in 1978, who, in 1970, published five manuals emphasizing teaching
planning and assessment. However, the author understands that these manuals start from the
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premise of the need to define behavioral objectives, yet they still excessively focus on planning
and assessment.
This fact contributed to the advancement of assessment technology, making tests and
other measurement techniques overvalued. However, the adopted model favored criticism, as
it overlooked behaviorism and humanism.
Criticism, according to Souza (2012), was spearheaded by Eva Baker and James
Popham, who advocated for the reorganization of curriculum objectives and the improvement
of human conditions, being against the idea of atomizing objectives and overvaluing
assessment. For Souza (2012), Baker and Popham present a new way of understanding the
curriculum, that is, they add the notion of competence, already studied by Bloom et al. (1973),
in their work entitled "Taxonomy of Educational Objectives," which helps in specifying
objectives, facilitating "planning and preparation of assessment programs" (Bloom et al., 1973,
p. 2, our translation).
Souza (2012) emphasizes that Baker and Popham proposed broad competencies based
on a wide range of behaviors, which they referred to as fundamental skills. For them, curriculum
development should aim for competence, but for it to be achieved, it is essential to transform it
into fundamental skills, which, when combined, yield results.
According to the author, the main difference between Tyler's theory and that of Baker
and Popham is that for Tyler, each skill is overemphasized and evaluated, whereas, for the latter
authors, they are merely a path towards essential competence.
Curriculum for Perrenoud
Philippe Perrenoud coined the terms Competencies and Skills. He is a Professor at the
Faculty of Psychology and Education Sciences at the University of Geneva. He is considered
one of the world's leading authorities on social inequalities and school dropout, in addition to
his dedication to the study of pedagogical practices and curriculum.
According to Mendonça (2023), in his book Dez novas competências para se ensinar
6
,
Perrenoud (1999) indicates new essential competencies for the new educational system,
including organizing and managing learning situations, working in teams, involving parents,
facing ethical dilemmas, among others. Thus fostering reflection on the current curriculum
model.
6
Ten New Competences for Teaching.
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Mendonça (2023) further reports that for Perrenoud, goal-based pedagogy is
mechanized, and for the emergence of new competencies, we must create innovative forms of
learning. For the author, learning is not merely an act of memorization; on the contrary, it is a
way of understanding the world.
Curriculum for Coll
According to Moreira (1997), for the Spanish psychologist César Coll, the main
foundation of education is to promote the growth of human beings. In this perspective,
psychological processes occur in interaction with the environment. Thus, relationships occur
through culture, family, school, and interaction with adults.
The author proposes that education for Coll is a set of activities that ensure that
individuals acquire socially accumulated and culturally organized experience. To this end, some
aspects are essential, such as language, ideology, customs, values, and beliefs, among others.
Curriculum for Decroly
Santos and Rossi (2020) report that in Brazil, the project-based curriculum method
emerged concurrently with the New School movement, which opposed the principles of
traditional schooling. This movement was led by European educators such as Maria Montessori,
Ovídio Decroly, Edouard Claparède, and others.
At the turn of the 19th to the 20th century, as reported by Santos and Rossi (2020), these
thinkers challenged the school model and proposed a new conception of education. The Belgian
Ovide Decroly (1871-1932) was probably the most outspoken. The authors explain that Decroly
dedicated himself to experimenting with a school that placed central emphasis on the student,
rather than the teacher, and that should prepare individuals to live in society rather than focusing
on preparation for professional life. Decroly also focused on the issue of language, believing
that expression also occurred through the body, drawing, art, and construction, among other
means.
Santos and Rossi (2020) further elaborate that Decroly wanted to break with the idea
that intelligence was linked to the ability to master formal language and instead emphasized the
value of other forms of language, such as manual work, sports, and drawing. He envisioned an
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education model where students would have autonomy in guiding their learning and
development.
Some of the author's thoughts are used in contemporary times and align with the so-
called global literacy method and centers of interest. According to Santos and Rossi (2020),
Decroly's principle of globalization is based on the idea that children grasp the world based on
a global view, which is later organized into smaller parts.
Integrated Curriculum
The integrated curriculum envisages the organization of knowledge in its entirety, or
rather, all the competencies intended to be learned. According to Santomé (1998), the integrated
curriculum is used to achieve a broad understanding of knowledge and mitigate the
fragmentation proposed by the traditional curriculum. Thus, this curriculum model aims to
integrate various spheres of life, knowledge, student interests, and practical, cultural, and social
life.
Integrated Curriculum for Bernstein and Beane
According to Santos (2003), Bernstein views the curriculum not as an objective
condition but as a relation to the social body, linking three processes: the school process,
knowledge, and social inequality.
As per the author, the aim is to establish connections between societal, institutional, and
interactional aspects and the intrapsychic levels of sociological analysis. Curriculum indicators
include social concepts such as work, family, and social class, especially considering social
inequalities as a predominant factor in the formalization of the school curriculum.
Santos (2003) indicates that, meanwhile, for Beane, the curriculum should encompass
the reality and experiences of students, addressing fundamental themes related to daily life and
the local reality. This approach enhances personal and social integration, as well as maximizing
the capacity for curricular integration.
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Project-Based and Problem-Based Curriculum
Keller-Franco (2018) points out that project-based work is not something new in
education; it is a pedagogical practice that has gained recognition at different educational
moments. Its origins trace back to the second half of the 18th century with two American
educators: John Dewey, one of the main proponents, and his student William Kilpatrick.
According to the authors, project-based work is a method highly valued by pragmatists and
used in higher education.
The theory of project-based curriculum advocates epistemological principles regarding
the roles of both the student and the teacher, methodology, and curriculum, very close to the
pragmatic stance. Silva (1999) reports that William Kilpatrick is one of the main references in
applying progressive educational theory and is considered one of the pioneers of the project
method. For him, the project should be the curriculum itself, not the disciplinary content, which
would be essential for composing the projects.
Mendonça (2023) states that a project-based curriculum proposes to be more practical
and less content-oriented. This curriculum organization is advocated by progressive theorists,
among them the Americans John Dewey and William Kilpatrick. According to the author, they
advocate for an idea of democratic education and activities guided by central themes that
integrate different disciplines.
Moallem, Hung, and Dabbagh (2019) assert that Problem-Based Learning was
introduced in education around 1960 at McMaster University in Hamilton, Canada. This
student-centered learning method focuses on the problem as a motivational element for study.
The teacher serves as a facilitator, allowing the student autonomy in the classroom, almost as a
process of emancipation within the curriculum. It is an educational strategy where the problem
is the basis for learning relevant knowledge and skills.
In light of the various authors presented, it becomes evident the importance of
understanding the historical trajectory and its developments in the process of evolution of
theories and conceptions regarding the curriculum and the implications of its concept and
utilization in contemporary times.
Curricular theories and conceptions: Reflections for curriculum construction
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Final considerations
Certainly, it is of paramount importance for managers, teachers, and other stakeholders
in the educational community to have knowledge about curriculum theories, as these have
influenced and continue to influence the conception of individual formation for society.
Understanding the historical, social, educational, and economic contexts in which these
curriculum conceptions developed helps those interested in the subject to understand the
thoughts that still permeate contemporary education, especially the ideologies that characterize
each theory.
This study allowed for the examination of concerns regarding students' needs,
consideration of teachers' perceptions, inclusion of the local school community, and
differentials in the development of the school curriculum. Other conclusions are possible; for
example, the theoretical advancement towards an integrated curriculum that allows or at least
suggests the complete formation of the individual, not limited to traditional education centered
on the economy and labor. However, it was observed that curriculum theories generally reflect
the social and temporal context in which they are constructed and the ideological bias that
permeates their conception. This indicates that new theories and conceptions about the
curriculum will continue to emerge, which is crucial for the dialogue about the importance of
the curriculum and its impact on the formation of the "ideal" individual.
Finally, attention must be paid to educators, who must continually deepen their
understanding of the interests and ideals contained in each ideological conception of curriculum
in the school environment, as well as its impacts.
Surely, it is essential, when studying the school curriculum, to understand how this
construction is conceived in the school, the influences that still prevail, the interests, and
especially the reflection on what to teach, why, and how. Furthermore, it is essential to be able
to recognize the interrelationships between the school curriculum and its implications in
society, as this permeates the school and becomes relevant for curriculum construction. It is
fundamental for the foundation of knowledge, action, and desire of each individual, making the
curriculum structuring comprehensive enough to incorporate the constructs underpinning
didactic-pedagogical stances and teaching practice.
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: We would like to thank SENAC and UNASP for their financial
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Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
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Data and material availability: The articles used in this reflection are available.
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